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6 perguntas sobre a vacinação em crianças, autorizada pela Anvisa no Brasil

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A vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra a Covid-19 com o imunizante da Pfizer foi autorizada no Brasil, nesta quinta-feira (16/12), pela Anvisa, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

Agora, a aplicação da vacina (também chamada de Comirnaty) está permitida, mas, para ocorrer na prática, depende de as doses (que terão frasco e composição diferente da dos adolescentes e adultos) serem adquiridas e distribuídas pelo Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde – que, por enquanto, disse apenas que “analisará a decisão da Avisa”.

“A autorização veio após uma análise técnica criteriosa de dados e estudos clínicos conduzidos pelo laboratório. Segundo a equipe técnica da Agência, as informações avaliadas indicam que a vacina é segura e eficaz para o público infantil”, informa a Anvisa, que também avalia um pedido do Instituto Butantan para que a vacina CoronaVac seja ou não aplicável em crianças de 3 a 17 anos. A agência tem 30 dias para concluir sua análise.

A seguir, seis perguntas e respostas sobre o que se sabe da vacinação em crianças até agora, incluindo possíveis riscos e benefícios e como tem sido em outros países:

A vacina das crianças vai ser diferente da dos adultos?

Sim. A Anvisa informou que a vacina da Pfizer para crianças tem dosagem e composição diferentes daquela que já está sendo utilizada para os maiores de 12 anos.

Primeiro, a dosagem: nas crianças, o imunizante terá que ser aplicado em duas doses de 0,2 mL (equivalente a 10 microgramas, um terço da dos adultos), com pelo menos 21 dias de intervalo entre as doses.

Ainda não se sabe se esse será o prazo adotado na prática, uma vez que intervalos entre as doses dependeram, até agora, da disponibilidade da vacina.

Além disso, diz a Anvisa, “a tampa do frasco da vacina (para o público infantil) virá na cor laranja, para facilitar a identificação pelas equipes de vacinação e também pelos pais, mães e cuidadores que levarão as crianças para serem vacinadas. Para os maiores de 12 anos, a vacina, que será aplicada em doses de 0,3 mL, terá tampa na cor roxa”.

Haverá, também, diferenças na concentração de mRNA (o componente da vacina que estimula a resposta do sistema imunológico), na quantidade de doses por frasco de vacina e no tempo de armazenamento dos imunizantes.

Por que vacinar crianças contra Covid-19, que costuma ser mais leve nos pequenos?

Embora os casos graves e de mortes por Covid-19 em crianças sejam proporcionalmente poucos em relação aos adultos, os números absolutos pintam um quadro preocupante.

Num vídeo apresentado durante o anúncio da Anvisa na quinta-feira, a médica Rosana Richtmann, consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia, destacou que cerca de 2,5 mil crianças e adolescentes brasileiros morreram de Covid-19 desde o início da pandemia.

Criança italiana sendo vacinada contra covid-19

CRÉDITO, REUTERS

Vacina para público infantil tem dosagem e composição diferentes das do público mais velho.

Já o médico Renato Kfouri, representante da Sociedade Brasileira de Pediatria, chamou a atenção para o fato de que, atualmente, a Covid-19 mata mais do que todas as demais doenças infecciosas contempladas no calendário de vacinação infantil.

“Além disso, precisamos levar em conta as complicações da infecção pelo coronavírus nessa faixa etária, como o risco de síndrome inflamatória multissistêmica, a covid longa, a hospitalização e toda a carga relacionada com essa doença”, disse o pediatra.

“É importante destacar o alerta da Organização Mundial da Saúde (OMS), que aponta que o público entre 5 e 14 anos é o mais afetado pela nova onda de Covid-19 na Europa e, apesar do menor risco em relação a outras faixas etárias, nenhuma outra doença imunoprevenível causou tantos óbitos em crianças e adolescentes no Brasil em 2021 como a Covid-19”, disse, em comunicado, Carlos Lula, presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).

“A pandemia ainda não acabou e a completa vacinação de toda a população brasileira é urgente.”

Como aponta o Centro de Controle de Doenças dos EUA (CDC), “quando uma criança pega Covid-19, pode ficar doente por vários dias, perder dias de aula e outras oportunidades de aprendizado e brincadeiras”.

Além disso, diz a agência, “crianças não vacinadas que pegam Covid-19 podem estar sob risco de problemas ligados à pós-covid prolongada, hospitalização, Síndrome Inflamatória Multissistêmica (SIM-P, quando diferentes partes do corpo são atingidas por inflamação grave) ou morte”.

O que se sabe quanto à eficácia da vacina no público infantil?

Segundo o CDC dos EUA, país onde a vacina da Pfizer já é aplicada em crianças de 5 a 11 anos, a eficácia do imunizante em prevenir a infecção por Covid-19 nesse público é de mais de 90%.

Aqui, vale ressaltar que a Ômicron, nova variante do coronavírus, parece ser mais eficaz em driblarparcialmente a proteção do sistema imunológico, mas os estudos sobre seus efeitos por enquanto focam no público adulto.

A EMA, agência reguladora europeia de medicamentos, também recomendou, em novembro, o uso da vacina da Pfizer para crianças de 5 a 11 anos.

No estudo analisado pela agência europeia, a eficácia da vacina em prevenir Covid-19 sintomática foi de 67,7% a 98,3%.

Vacinação

CRÉDITO, EPA

Agências regulatórias apontaram, em suas análises, uma alta proteção da vacina a crianças

Segundo a EMA, “o estudo principal com crianças de 5 a 11 anos mostrou que a resposta imune à Comirnaty (nome do imunizante da Pfizer) com uma dose menor (de 10 microgramas) nesse grupo era comparável ao visto com a dose maior (30 microgramas) no público de 16 a 25 anos”, se levado em conta o nível de anticorpos produzidos contra o coronavírus.

O estudo europeu concluiu que “os benefícios da Comirnaty nas crianças de 5 a 11 anos superam os riscos, particularmente naquelas que estão sob condições que aumentam os riscos de Covid-19”, acrescentando que riscos e eficácia continuarão a ser monitorados no continente.

Qual o risco de efeitos colaterais e o que se sabe sobre eles?

Nos estudos avaliados pela agência reguladora europeia, os efeitos colaterais mais comuns das vacinas em crianças foram os mesmos das pessoas mais velhas: dor, vermelhidão e inchaço no local da injeção, cansaço, dor de cabeça, dores musculares e calafrios.

“Esses efeitos costumam ser leves ou moderados e passar poucos dias após a vacinação”, disse a EMA.

O CDC americano também apontou que, conforme os estudos analisados nos EUA, com milhares de crianças, “nenhuma preocupação de segurança foi identificada após a vacinação, e efeitos colaterais não foram duradouros. Algumas crianças não sentirão efeitos colaterais, e os efeitos mais sérios são raros”.

Entre esses efeitos raros, a miocardite – um tipo de inflamação no coração – é um que virou tema de discussão entre pais. A respeito disso, dois estudos foram publicados nos últimos dias, mostrando que o risco de miocardite após a vacinação é muito baixo, sendo bem menor, inclusive, do que o da miocardite associada à Covid-19.

Vamos a eles:

Nesta quinta-feira (16/12), a FDA, agência reguladora de medicamentos dos EUA, tornou público um estudo de um médico que é parte de sua força-tarefa de vacinação. Nele, a maior incidência de miocardite após vacinação com a Pfizer foi observada entre adolescentes de 16 a 17 anos, com uma incidência de apenas 0,007%.

Segundo o CDC, ouve apenas oito relatos de casos de miocardite entre crianças de 5 a 11 anos vacinadas, em um universo de 7 milhões de doses aplicadas, informou a agência Reuters nesta quinta-feira (16). Os casos foram todos leves. O órgão governamental afirmou que tampouco é possível estabelecer uma relação causal entre a vacinação e a miocardite até o momento.

Também nesta quinta, a Anvisa destacou que as vantagens da vacinação em crianças superam os riscos de miocardite.

Campanha de vacinação infantil contra Covid-19 em Roma

CRÉDITO, REUTERS

Campanha de vacinação infantil contra Covid-19 em Roma; eventos cardíacos raros, como miocardites, ocorreram numa proporção de 10 a cada milhão de pessoas vacinadas, segundo estudo britânico

Enquanto isso, um segundo estudo analisando a miocardite e outros males cardíacos foi feito no Reino Unido (e tornado público no dia 14 de dezembro), em um universo de pessoas que tomaram as vacinas Oxford/AstraZeneca, Pfizer e Moderna.

E a principal conclusão foi de que o risco de desenvolver problemas do coração após a vacinação era de no máximo 10 em 1 milhão.

“Embora haja algum risco incrementado de raras complicações cardíacas associadas às vacinas, ele é muito menor do que o risco associado com a infecção de Covid-19”, disse a principal autora do estudo, Julia Hippisley-Cox, professora de epidemiologia clínica da Universidade de Oxford.

“Por exemplo, estimamos entre 1 e 10 eventos extras de miocardite em 1 milhão de pessoas vacinadas com a primeira ou segunda dose, mas 40 casos extras por milhão em pessoas com Covid-19.”

“No entanto, é importante que conheçamos e identifiquemos os riscos desses problemas raros das vacinas, para garantir que médicos saibam o que observar, ajudar em diagnósticos precoces, informar decisões e gerenciar recursos”, acrescentou.

A vacina da Pfizer foi testada em crianças?

O gerente-geral de Medicamentos e Produtos Biológicos da Anvisa, Gustavo Mendes, explicou que a liberação da vacina da Pfizer para crianças de 5 a 11 anos teve como base dois estudos principais feitos pela farmacêutica.

A primeira pesquisa tinha como objetivo verificar a segurança e a tolerância ao produto em três diferentes dosagens: 10, 20 e 30 microgramas.

Os resultados mostraram que a dose de 10 microgramas é a mais adequada para essa faixa etária e induz uma boa resposta imune, com uma produção robusta de anticorpos neutralizantes contra a covid.

No segundo estudo, 2.268 crianças foram divididas em dois grupos. Dois terços delas tomaram duas doses da vacina com um intervalo de 21 dias entre as aplicações. O restante recebeu placebo, uma substância sem nenhum efeito no organismo.

“Na comparação entre os dois grupos, o perfil de segurança é muito positivo e não houve diferenças importantes entre quem recebeu vacina ou placebo. Não foram observados relatos de eventos adversos sérios, de maior preocupação”, informa Mendes.

“Sobre a eficácia, a gente consegue perceber facilmente nos gráficos do estudo que o grupo que tomou placebo apresentou uma incidência maior de casos de Covid-19 em comparação com quem recebeu a vacina”, resume o representante da Anvisa.

A agência informou também que tomou sua decisão de liberar o imunizante com a ajuda de um grupo de especialistas em pediatria e imunologia.

“O olhar de especialistas externos foi um critério adicional adotado pela Anvisa para que o uso da vacina por crianças fosse aprovado dentro dos mais rigorosos critérios, considerando para isso o conhecimento de profissionais médicos que atuam no dia a dia com crianças e imunização”, diz o órgão.

Que países já vacinam as crianças dessa idade contra a Covid-19?

Levantamento feito no início de dezembro pela agência Reuters apontou que tem crescido o número de países a incluir as crianças na vacinação contra a Covid-19, à medida que crescem as preocupações com o avanço da variante ômicron.

Fila de crianças aguardando vacinação na Espanha

CRÉDITO, REUTERS

Fila de crianças aguardando vacinação na Espanha, que começou a imunizar público infantil no dia 15 de dezembro

Nos EUA e no Canadá, a recomendação para vacinar o grupo de 5 a 11 anos vigora desde novembro.

Nos países da União Europeia, a distribuição de vacinas da Pfizer para serem aplicadas em crianças de 5 a 11 anos começou em 13 de dezembro.

Em alguns países, como a Espanha, a aplicação começou a ocorrer poucos dias depois. Em outros, como a Alemanha, a expectativa é vacinar crianças a partir do início de 2022.

No Reino Unido, é esperada para antes do Natal uma decisão oficial a respeito de vacinar ou não crianças menores de 12 anos.

No Oriente Médio, a vacina da Pfizer foi aprovada em crianças em Israel, Omã, Arábia Saudita, Bahrein e Emirados Árabes Unidos.

Na Ásia, a China aprovou as vacinas Sinopharm e Sinovac (equivalente à CoronaVac) para crianças a partir de 3 anos, e a província de Zhejiang tem como meta concluir a vacinação de 3 a 11 anos até o final deste mês.

Cingapura e Japão pretendem começar a imunizar o grupo de 5 a 11 anos respectivamente em janeiro e fevereiro. O mesmo deve acontecer na Austrália.

Na América Latina, Cuba já administra vacinas para crianças a partir de 2 anos; a Argentina, para crianças a partir de 3 anos; Chile e El Savador começaram a vacinar o grupo de 6 a 11 anos em setembro.

Na Costa Rica, a vacinação se tornou obrigatória para crianças a partir de 5 anos.

Vale destacar, porém, que até o momento a recomendação primordial da OMS é melhorar a (desigual) distribuição de vacinas no mundo, priorizando públicos adultos ainda vulneráveis.

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Prefeitura de Manaus oferta doses contra Covid-19 em 74 pontos de vacinação nesta semana

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Reforçando a vacinação como instrumento mais eficaz para prevenção e combate à Covid-19, a Prefeitura de Manaus orienta a população a buscar as unidades da rede básica de saúde para iniciar ou atualizar o esquema vacinal contra a doença. A aplicação das doses é ofertada nesta semana, de segunda a sexta-feira, 11 a 15/9, em 74 unidades gerenciadas pela Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), distribuídas em todas as zonas geográficas da capital.

O subsecretário municipal de Gestão da Saúde, Djalma Coelho, informa que a Semsa Manaus vem buscando ampliar o acesso da população à vacinação, com a oferta do serviço em horário ampliado, das 8h às 20h, em nove unidades da rede municipal. Nos demais estabelecimentos, o atendimento ocorre no horário regular, das 8h às 17h.

“A Semsa visa garantir que todas as pessoas tenham acesso à vacina, pois ela reduz em muito os riscos de agravos de saúde decorrentes da Covid-19, e também para limitar a transmissão do vírus causador da doença, aumentando a proteção de toda a comunidade”, afirma.

Conforme Djalma, os usuários devem se dirigir à unidade de saúde mais próxima portando documento oficial de identidade com foto, CPF ou Cartão do Sistema Único de Saúde (SUS) para receber o imunizante. A lista dos estabelecimentos que ofertam a vacinação, com horários de funcionamento e endereços, pode ser conferida no site semsa.manaus.am.gov.br ou no link direto bit.ly/localvacinacovid19.

“Todas as pessoas a partir dos 6 meses de idade podem se vacinar. Quem já iniciou o esquema vacinal pode conferir se já está no prazo para receber a segunda dose ou dose de reforço no Imuniza Manaus (imuniza.manaus.am.gov.br), informando apenas o número do CPF”, orienta o gestor.

Djalma informa que os usuários a partir de 12 anos podem receber a vacina em qualquer um dos 74 pontos de vacinação da prefeitura. Já os menores de 12 anos, acompanhados dos pais ou responsáveis, são atendidos em unidades específicas, sendo 14 delas voltadas a bebês de 6 meses a 4 anos de idade, e 35 para crianças de 5 a 11 anos.

Eficazes e seguras

Nas unidades da rede básica de saúde são ofertadas doses das vacinas monovalentes e bivalentes, sendo aquelas empregadas como primeira e segunda doses do esquema primário para toda a população a partir dos 6 meses de idade, e como dose de reforço para adolescentes de 12 a 17 anos não integrantes de grupos prioritários.

Já as vacinas bivalentes, que protegem contra duas versões do coronavírus, são aplicadas como dose de reforço em pessoas a partir de 18 anos e adolescentes de grupos com maior vulnerabilidade, riscos para complicação e óbito e maior exposição.

Djalma Coelho explica que todas as vacinas ofertadas na rede pública de saúde são eficazes e seguras, tendo a devida aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

“Seja mono ou bivalente, a vacina vai estimular as defesas do sistema imunológico contra o coronavírus, aumentando a proteção da pessoa contra a doença”, relata.

Para saber mais sobre a Campanha Municipal de Vacinação contra a Covid-19, basta acessar as redes sociais da Semsa Manaus, nos perfis @semsamanaus no Instagram e Semsa Manaus no Facebook.

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Covid: relembre principais os episódios da pandemia

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Mais de 1.190 dias se passaram entre o início e o fim da declaração de emergência de saúde pública (PHEIC, na sigla em inglês) da pandemia do coronavírus, feita pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 2020 e encerrada nesta sexta-feira, 5.

A doença provocou a maior crise sanitária do século em todo o planeta, totalizando 765,2 milhões de casos e quase 7 milhões de mortes durante mais de três anos, segundo a OMS.

De recordes de casos a disputas políticas, em tópicos, relembre os momentos mais marcantes da pandemia de covid-19 em todo o mundo:

2019

31 de dezembro de 2019 – A Organização Mundial da Saúde (OMS) foi alertada sobre vários casos de pneumoniana cidade de Wuhan, na China.

2020

7 de janeiro de 2020 – As autoridades de Saúde chinesas confirmaram que haviam identificado um novo tipo de coronavírus.

13 de janeiro de 2020: O primeiro caso da doença é detectado fora da China, na Tailândia.

30 de janeiro de 2020: OMS declara que covid-19 é uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII).

23 de fevereiro de 2020: Europa vive a primeira grande onda de infecções pela doença, com maior parte dos casos na Itália.

26 de fevereiro de 2020: O Ministério da Saúde confirma o primeiro caso de covid-19 no Brasil. Tratava-se de um homem de 61 anos, de São Paulo, que havia viajado à Itália e sentiu desconforto respiratório.

11 de março de 2020: A OMS declara oficialmente uma pandemia de coronavírus em razão de seus “níveis alarmantes” de propagação em diferentes países. A Europa entra em modo de lockdown. Cerca de 120 mil pessoas haviam contraído o vírus em todo o mundo.

16 de março de 2020: Primeira morte decorrente de covid-19 é anunciada no Brasil. A vítima foi um homem de 62 anos, em São Paulo. Entretanto, em julho, o Ministério da Saúde divulgou, após ajustes nos dados epidemiológicos da pasta, que a primeira morte no país ocorreu, na verdade, no dia 12 de março, em São Paulo. A vítima era uma mulher de 57 anos.

20 de março de 2020: Jair Bolsonarochama covid-19 de “gripezinha”. O então presidente afirmou que, após a facada que levou em 2018, não será uma “gripezinha” que irá derrubá-lo.

16 de abril de 2020: O então ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, foi demitido por Jair Bolsonaro. A demissão ocorreu após uma série de divergências públicas entre ele e o presidente. O cargo foi assumido por Nelson Teich, que também deixou a pasta menos de um mês após assumi-la.

20 de abril de 2020 – Jair Bolsonaro afirma que “não era coveiro”, ao responder à pergunta de um jornalista sobre o número de mortes por coronavírus no País.

8 de agosto de 2020: Brasil chega ao marco de 100 mil mortes por covid-19. O País somava quase 3 milhões de infectados. Na data, o Senado decretou luto oficial de quatro dias no Congresso Nacional.

8 de dezembro de 2020: primeira pessoa no mundo é vacinada contra a covid-19. O Reino Unido dá início à imunização contra a doença, utilizando a vacina Pfizer/BioNTech. A primeira a ser vacinada foi Margaret Keenan, uma britânica de 90 anos.

2021

14 de janeiro de 2021: A explosão de casos de covid-19 levou ao colapso do sistema de saúde em Manaus, que ficou sem oxigênio para pacientes em hospitais.

17 de janeiro de 2021: Com autorização para uso emergencial das vacinas CoronaVac e AstraZeneca pela Anvisa, o Brasil dá início à vacinação. A primeira imunizada é Mônica Calazans, de 54 anos, mulher negra pertencente ao grupo de risco e enfermeira.

15 de março de 2021: Marcelo Queiroga é escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro para substituir o general Eduardo Pazuello como ministro da Saúde. Queiroga tornou-se o quarto ministro da gestão de Bolsonaro durante a pandemia, permanecendo até o fim do mandato.

13 de abril de 2021: É criada a CPI da covid-19. No relatório final, a CPI acusou Jair Bolsonaro de ter cometido nove crimes: prevaricação; charlatanismo; epidemia com resultado morte; infração a medidas sanitárias preventivas; emprego irregular de verba pública; incitação ao crime; falsificação de documentos particulares; crime de responsabilidade; e crimes contra a humanidade.

19 de junho de 2021: Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo divulga o primeiro caso da variante delta na capital. A variante foi detectada pela primeira vez em outubro de 2020, na Índia, e ficou conhecida por ser mais contagiosa em comparação às demais cepas.

7 de outubro de 2021: Brasil atinge a marca de 60% da população adulta completamente vacinada contra a covid-19. Como resposta à cobertura vacinal, em setembro, o País registrou o menor número de mortes pela covid-19 de 2021 até então.

24 de novembro de 2021: Existência da variante Ômicron é reportada pela primeira vez à OMS, pela África. Variante apresentou riscos pela sua alta transmissibilidade, embora com sintomas mais brandos.

2022

14 de janeiro de 2022 – A primeira criança é vacinada contra a covid-19 no Brasil. O indígena Davi Seremramiwe, de 8 anos, foi o primeiro do público a receber o imunizante da Pfizer no País.

3 de fevereiro de 2022: Início do ano no Brasil é marcado por explosões de casos, apesar da queda no índice de letalidade. No dia 3 de fevereiro, o recorde do número diário de infecções foi batido, com 298.408 casos confirmados em 24 horas.

25 de março de 2022: Fiocruz divulga informe que, pela primeira vez desde o início da pandemia, a ocupação de UTIs para covid-19 está abaixo de 60% em todos Estados.

8 de abril de 2022: Paraíba é o último Estado brasileiro a tornar facultativo o uso de máscaras, fazendo com que todas as federações, pela primeira vez, estivessem com o uso do acessório de proteção desobrigado.

17 de abril de 2022: Marcelo Queiroga anuncia o fim da Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN) por covid-19 no Brasil.

21 de novembro de 2022: A Anvisa aprovou a venda do Paxlovid, medicamento utilizado como tratamento para a covid-19 para adultos, em farmácias e hospitais particulares.

2023

23 de fevereiro de 2023: O Brasil começa a vacinar públicos prioritários com a vacina bivalente, que confere maior proteção contra o vírus da cepa original e também contra a variante Ômicron.

1º de maio de 2023: São Paulo detecta o primeiro caso da variante Arcturus, caracterizada por quadros de conjuntivitee de febre alta.

05 de maio de 2023: OMS declara o fim da emergência de saúde pública da pandemia do coronavírus no planeta.

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Estudo revela mecanismo por trás de rara miocardite em adolescentes após vacina da Covid

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Vacina contra Covid é aplicada em adolescente na UBS Veleiros em São Paulo – Danilo Verpa – 30.ago.21/Folhapress

 

SÃO PAULO

As vacinas contra Covid tiveram sua segurança e eficácia avaliadas em milhares de pessoas em todo o mundo antes de serem aprovadas para uso em larga escala.

Mesmo assim, alguns efeitos raros relacionados à vacinação só podem ser observados depois de aplicadas em milhões de pessoas. Um desses efeitos é a miocardite ou pericardite (inflamação do tecido do coração), que foi observada em um número muito pequeno de casos, ainda que de relevância médica, em jovens e adolescentes do sexo masculino após a vacinação com a Pfizer.

 

O mecanismo por trás deste evento adverso ainda era desconhecido, mas um novo estudo, conduzido por pesquisadores da Universidade de Yale e publicado nesta sexta (5) na revista especializada Science Immunology, acaba de revelar como ele ocorre.

 

Segundo a pesquisa, não foi encontrada uma associação entre a miocardite e os anticorposinduzidos após a vacinação, tampouco a uma doença autoimune dos pacientes ou hipersensibilidade aos componentes da vacina. O que os pesquisadores observaram foi uma resposta exagerada do próprio organismo como resposta a uma inflamação do tecido, produzindo mais danos e ele.

O estudo analisou 23 amostras de sangue de pacientes (87% eram homens) com idade de 13 a 21 anos que tiveram um quadro de miocardite de um a quatro dias após a segunda dose das vacinas de mRNA. Os sintomas dessa inflamação foram em geral dores no peito, palpitações, febre e perda de fôlego, entre outros. Indivíduos vacinados com duas doses da vacina monovalente e que não apresentaram miocardite foram incluídos como controle.

Nos pacientes com miocardite, foi observada uma quantidade elevada de duas moléculas indutoras da resposta imune exacerbada, como citocinas e glóbulos brancos, agindo de forma a atacar o próprio organismo.

Estas células de defesa eram em geral citotóxicas ou matadoras naturais (chamadas de NK ou natural killers, em inglês), ambas responsáveis por destruir outras células do organismo que estejam infectadas por vírus ou agindo de maneira errática (por exemplo, células tumorais). Os autores chamaram esse fenômeno de “citocinopatia”, ou uma condição causada pelas citocinas, como o que ocorria com a tempestade de citocinas no pulmão em alguns casos de infecção pelo Sars-CoV-2.

Para Carrie Lucas, professora associada de imunologia na Universidade de Yale e autora correspondente do estudo, a importância da pesquisa é que, embora fosse muito raro, ao vacinar milhões de crianças e adolescentes foi possível observar esse efeito, por isso era fundamental entendê-lo melhor. “Uma das implicações desse estudo é que não só ele traz explicação do fenômeno, mas também indica para uma redução do risco de miocardite quanto maior o intervalo entre as doses”, afirmou.

Os casos de miocardite foram registrados em geral após a segunda dose da vacina, e a pesquisadora sugere que a aplicação das doses seja espaçada para minimizar os possíveis efeitos adversos raros.

Akiko Iwasaki, imunologista e pesquisadora principal do Laboratório de Imunologia da Universidade de Yale e do Instituto Médico Howard Hughes, disse que não foram encontrados nas amostras dos pacientes marcadores indicando uma resposta induzida pela proteína S do Spike (ou espícula, usada pelo coronavírus para entrar nas células), o que sugeriria uma reação ao antígeno (parte do vírus contra o qual se deseja produzir resposta imune) no corpo.

A equipe de Iwasaki é uma das mais proeminentes na área de investigação dos atores envolvidos na resposta imunológica, incluindo como nosso organismo combate novos vírus e patógenos e a resposta gerada por vacinação ou proteção induzida por infecção natural.

“O que observamos foi que a resposta é induzida por linfócitos [glóbulos brancos], e não a um antígeno específico, seja ele produzido pela vacinação [anticorpos anti-Spike] ou infecção do Sars-CoV-2”, explicou.

TRATAMENTO E INCIDÊNCIA

Como a miocardite foi tratada na maioria dos casos com recuperação total do indivíduo, os pesquisadores sugerem que ao menor sinal de dores no peito e palpitações as crianças e adolescentes sejam levados para acompanhamento médico. “O tratamento é o mesmo que para qualquer outra inflamação, mas é claro que precisamos pensar no uso de corticosteróides a longo prazo, então não recomendamos uso de anti-inflamatórios profiláticos para evitar o risco de miocardite”, disse a imunologista.

As autoras reforçam que há um risco mais elevado de miocardite ou pericardite como consequência da infecção pelo coronavírus e sequelas da Covid longa, mas isso não foi avaliado no estudo, que analisou apenas casos de miocardite em pacientes que não tiveram um quadro prévio de Covid.

Segundo dados do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) americano, entre 2.507.209 e adolescentes de 12 a 17 anos vacinados no país, foram identificados 54 casos de miocardite, demonstrando ser um evento muito raro da vacina. A incidência acumulada de miocardite na população adolescente masculina foi de 36 casos a cada 100 mil pessoas. Em relação à infecção por Sars-CoV-2, a incidência foi quase o dobro, de 65 casos por 100 mil pessoas.

A pesquisa pode ajudar agora identificar marcadores para a ocorrência desses efeitos colaterais, como por exemplo a alta concentração das interleucinas no sangue, mas não existem atualmente exames disponíveis que possam prever essa reação.

“Também não foi possível prever nenhum precursor de miocardite, isto é, alguma condição prévia que pudesse aumentar o risco de ter esse efeito. Até agora, podemos apenas especular que existe um fator genético do indivíduo que responde a essa inflamação de maneira exacerbada, mas ainda não conseguimos determinar o gatilho”, afirmou.

Como os casos são extremamente raros e não foram observados novos eventos com os reforços bivalentes, os pesquisadores acreditam que os próximos passos devem se concentrar em buscar meios de produzir testes diagnósticos específicos para captar rapidamente o problema e iniciar o tratamento o quanto antes.

“Felizmente, os participantes do nosso estudo se recuperaram, por isso não temos como avaliar os danos causados após a reação, mas identificar esses marcadores pode ajudar na detecção precoce de novos casos”, finalizou.

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